quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Também andamos a aprender esta poesia de Augusto Gil

Balada da neve


Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim...

É talvez a ventania;
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento, com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu
branca a eleve, branca e fria...
há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!


Extracto do poema de Augusto Gil - Balada da neve
Luar de Janeiro, 1909

1 comentário:

Karla Brasil disse...

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